Hoje é o dia do trabalho, ou do trabalhador.
É dia de pensar nas conquistas trabalhistas, nas perdas e nos desafios que enfrentamos todos os dias.
Trabalhar é necessidade, é dever, é direito.
O trabalho
O trabalho oferece um significado importante para as nossas vidas. Muitas pessoas ao se aposentarem, adoecem, pois ao longo dos anos, o trabalho se torna intrínseco às suas próprias vidas.
Jesus passou aqui na terra, e trabalhou. Trabalhou muito. Atendeu pessoas, dormiu no barco, subia o monte para orar. Alguns dos seus atos, envolvia um sacrifício pessoal e ao mesmo tempo um certo risco.
Hoje temos muitas facilidades. A pós-modernidade nos trouxe camas aconchegantes, travesseiros de penas de gansos, casas confortáveis e climatizadas.
O trabalho diminuiu no campo. Tratores moderníssimos computadorizados e com ar condicionado, colheitadeiras, e toda a série de tecnologia atravessam o campo. O homem que guiava os bois para arar a terra, ou o que manualmente deixava as sementes, precisou ir para a cidade trabalhar em indústria em horários castigantes e a fazer apenas uma parte do processo.
O trabalho hoje trouxe o homem para trás da máquina, à frente do computador, a inserir dados para o cérebro externo trazer o resultado (mais sobre o trabalho).
A oração
Orar também, não envolve nenhum tipo de sacrifício. Faz-se orações nos últimos minutos em que se encontra acordado numa cama confortável. A desculpa é a mesma: Deus está em todos os lugares! Será que Deus não estava sempre com o seu Filho Jesus, a ponto de Jesus se afastar para orar, subir no monte, em várias ocasiões?
Somos ensinados durante a nossa vida a não ter esforços para nada. Somos ensinados a não derramar suor no nosso trabalho. Estamos fadados a uma vida sedentária a qual chamamos de mordomia. Ao invés de criarmos nossas estratégias de vida, assistimos televisão, e no lugar de criarmos algo construtivo seguimos pessoas nas Redes Sociais que estão dispostas a qualquer bobagem para adquirir “likes”.
Seguimos, ouvimos, assistimos e assimilamos o modo de vida fútil implantado. Detestamos trabalhar, odiamos as segundas-feiras e não nos esforçamos para nada, tampouco para orar.
São poucos os que sobem o monte, são poucos os que se ajoelham, são poucos os que se esforçam e molham a roupa de suor sem ser para malhar em prol de um corpo sarado e de uma mente vazia.
Queremos um trabalho que o salário possa ser grande, e o esforço mínimo. Queremos respostas de orações não feitas, ou apenas balbuciadas ou mentalizadas como apenas um pensamento positivo.
O Trabalhador
E a vida segue. Depressiva, ociosa, sem objetivos, sem conquistas, sem respostas, sem significado e banal.
Em certa ocasião Jesus respondeu aos que lhe questionavam acerca da realização de uma cura no sábado: “Meu Pai continua trabalhando até hoje, e eu também estou trabalhando”, João 5:17.
Jesus nunca se negou a caminhar, a socorrer, a curar, a orar, a trabalhar… E ele também se cansava…
O cansaço não significa que devemos parar, não significa que estamos no caminho errado, mas apenas denota que houve um esforço empenhado. Então, é hora de descansar, retomar as forças, fazer como os milhares de “boias-frias”: sentar, se alimentar daquela comida cuidadosamente preparada de antemão, tomar a água da garrafa térmica e se preparar para uma nova jornada.
O primeiro homem trabalhou, Jesus também trabalhou e por que nós não devemos trabalhar? O primeiro homem falava com Deus na viração do dia, Jesus, constantemente, falava com o Pai, e por que não precisamos orar?
Trabalho e oração devem fazer parte da vida do cristão, diariamente.
Santo Inácio de Loyola, dizia: “Ore como se tudo dependesse de Deus e trabalhe como tudo dependesse de você“.
Ao final, carregaremos as marcas do trabalho em nós, os calos que foram feitos das ferramentas utilizadas, carregaremos as marcas de um cristão que, à exemplo de Jesus Cristo, levou uma vida de oração e trabalho e que pode experienciar a satisfação do dever concluído:
“Quando ele vir tudo que resultar de sua angústia, ficará satisfeito. E, por causa de tudo que meu servo justo passou, ele fará que muitos sejam considerados justos, pois levará sobre si os pecados deles. Eu lhe darei as honras de um soldado vitorioso, pois ele se expôs à morte. Foi contado entre os rebeldes; levou sobre si a culpa de muitos e intercedeu pelos pecadores” Isaias 53.11-12. NVT.