No Livro de Marcos, capítulo 8, dos versículos 22 a 25, existe uma bela história sobre uma cura efetuada em duas etapas, por Jesus, em um cego. Essa passagem nos coloca que, em algumas situações, precisamos de mais toques de Jesus (para uma mesma finalidade: cura completa).
Temos conceitos fixos de pessoas e as vemos como árvores que andam. O problema não é aquilo que estamos vendo, mesmo que afirmemos categoricamente que sim, mas o contexto que baseia a nossa visão, o instrumento que está sendo utilizado para isso, o pré conceito existente, e a falta de disposição em compreender o outro como ser humano cheio de vida, sentimentos e vulnerabilidades…
O outro não é árvore que anda. É gente. Tem dor, tem perdas, fracassos, recomeços… tem coração, histórico de vida, tem alma…
Não podemos avaliar alguém pelo nosso pressuposto. Isto é julgamento. Achar que alguém deve fazer exatamente como eu faço é ver o outro debaixo da mesma condição de vida que é a minha, e isso não existe…
Amar é reconhecer que o outro não é árvore. A árvore tem seu lugar, mas o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus. Tem pensamentos, criatividade e tem uma alma já marcada com o passado que não foi o meu…
Como estamos vendo as pessoas? Essa é uma pergunta que precisa ser feita no espelho, no silêncio, e em cada história que vamos entrar. Qual o significado do outro pra mim? Essa indagação deveria fazer parte da nossa vida, afinal é a resposta dela que condicionará o nosso modo de tratar as pessoas, a forma como nos relacionamos e, por que não dizer, como seremos vistos pelos outros.
Jesus quer abrir os nossos olhos e está sempre disponível para tocar uma, duas ou quantas vezes forem necessárias, até restaurar completamente a nossa visão.
Não precisamos continuar errando, podemos deixar Jesus mexer no nosso olhar, quebrar a soberba e afinar a nossa visão à sua maneira.
Então seus olhos foram abertos, e sua vista lhe foi restaurada, e ele via tudo claramente. Marcos 8:25