João Batista era precursor de Jesus. Honesto, simples, sincero. Seu padrão de vida condizia com a profecia dita, pelo anjo, acerca dele:
“Ele será cheio do Espirito Santo desde o nascimento… Ele será mandado por como mensageiro e será forte e poderoso como o profeta Elias. Ele fará com que pais e filhos façam as pazes e que os desobedientes voltem a andar no caminho direito. E conseguirá preparar o povo de Israel para a vinda do Senhor” (Lucas 1.15-17).
João trazia uma mensagem de arrependimento. Batizava as pessoas que a ele chegavam e ensinava-as a repartir o que tivessem com outras pessoas, aos cobradores de impostos a cobrar apenas o que era direito e aos soldados a não exercerem sua autoridade de modo a prejudicar outros e, também a se contentarem com o ganho, provavelmente, para que não aceitassem suborno.
João Batista falava de Jesus. Da importância do Mestre e de como sua vinda representava uma mudança radical em Israel.
Porém, em sua pregação para que o povo se arrependesse e mudasse de vida, João falou de Herodes. Este estaria vivendo com a mulher de seu irmão, além de fazer outras coisas erradas. Herodes o mandou prender. Calar o profeta. Pelo menos no meio da multidão não se ouviria mais acerca dos pecados de Herodes. Lá na prisão apenas os poucos soldados e pessoas presas ouviria- o impacto seria menor.
Apesar de tê-lo lançado na prisão, Herodes tinha um certo medo de João Batista. Pois, como está escrito no livro de Marcos 6.20: “sabia que ele era um homem bom e dedicado a Deus”. Já a mulher, Herodias, o odiava! Esperava ansiosamente por uma chance de pôr fim à voz de João. E o dia chegou!
Herodes estava feliz! Chamou muitos convidados para sua festa de aniversário! A música, as danças e a comida eram do que havia de melhor! O rei estava aniversariando! Muitos presentes e muito requinte. De repente, a filha de Herodias entra dançando! Sua habilidade e doçura agradara a todos. Muitos aplausos e a emoção tomou conta de todos os presentes, inclusive de Herodes. Como forma de compensá-la por aquele momento único, Herodes a chama e generosamente oferece um presente, que ela mesma poderia escolher: até a metade do Reino! A menina, não esperava esse resultado e sem ideias recorre à mãe que sem titubear responde: peça a cabeça de Joao Batista!
A menina corre até Herodes e lhe diz: quero, agora, a cabeça de João Batista em uma bandeja! Herodes tinha de cumprir sua palavra que havia sido dada na presença de muitos convidados e, imediatamente pediu para que um soldado executasse o pedido da menina.
A palavra diz que Herodes ficou triste. Herodias se regozijou mais com a morte de João Batista do que com o aniversário de seu amante. A menina só obedeceu e entrou na história! Ao contrário do que se esperava, João Batista não se calou, suas palavras continuam a ecoar pelo mundo: Arrependa-se, mude de vida, o Reino dos Céus está próximo!
Ainda hoje, as pessoas não gostam de ouvir verdades, não gostam que exponha o seu pecado, não toleram pessoas que denunciam a injustiça, o adultério, a cobiça, a ambição e tantos outros, que afetam a vida de milhares de pessoas, mas que beneficiam apenas alguns.
Não são poucos versículos que falam contra os que torcem o direito, aceitam suborno e ouvem testemunhas falsas… Porém, ainda acontece e muito. Os tribunais estão cheios de processos que não deveriam existir. De pessoas que, tiveram seu problema denunciado e, por isso, empenham todo os esforços pessoas e jurídicos para tentar a manipulação da justiça. Parece um jogo, onde quem vence é o mais forte, mais influente, mais poderoso, mas, nem sempre o que é certo!
Não se fala mais em honestidade. Isso se tornou um verbete num dicionário que não pode ser levado à sério, pois, pode se transformar em calúnia ou difamação. Torcer a justiça é um ato de crueldade com os Joões Batistas desta era. Inverter um processo por puro desejo de vingança é pecado! Isso pode não ser descoberto numa ação judicial, mas é, com certeza, visto por Deus o Justo Juiz que a seu tempo fará justiça do seu modo.
Em Miquéias 7.3 e 4 está escrito:
Todos estão prontos a fazer o que é mau. Autoridades exigem dinheiro por fora, e juízes recebem presentes para torcer a justiça. Os poderosos contam como vão satisfazer os seus maus desejos. Todos planejam fazer coisas más. Mesmos as melhores pessoas, as que são mais honestas, não valem mais que espinheiros. Mas está chegando o dia em que Deus vai castiga-los, conforme os vigias dele, isto é, os profetas, anunciaram. Naquele dia, haverá confusão geral.
Nós, cristãos que desejamos viver como João Batista e anunciar ao povo o arrependimento, podemos não ter a astúcia de inverter um processo judicial, onde claramente esteja imperando a arrogância, a soberba e a mentira, mas, podemos orar a um Deus que é justo, independente de leis e de sistemas judiciários corruptos e insanos, e esse Deus fará o que é certo e direito.
Talvez, muitas cabeças ainda vão rolar, mas a Justiça virá! A grande questão é: estamos prontos a correr esse risco ou nos calaremos face à injustiça e ao pecado? E aos muitos que estão sendo amedrontados ou intimidados por dizerem o que é certo e por viverem uma vida de honestidade, há uma esperança: Jesus está com você! Ele não deixará que a injustiça impere, mas reinará com Justiça e retidão, como profetizou Davi:
“…Haverá um justo que domine no temor de Deus. E será como a luz da manhã, quando sai o sol, da manhã sem nuvens, quando, pelo seu resplendor e pela chuva, a erva brota da terra. Ainda que a minha casa não seja tal para com Deus, contudo estabeleceu comigo um concerto eterno, que em tudo será ordenado e guardado. Pois toda a minha salvação e todo o meu prazer estão nele, apesar de que ainda não o faz brotar. (II Sm. 23.3-5)