“Que tipo de homem vocês foram ver no deserto?” Lucas 7.24
O mundo
A fama e a conquista dos reinos do mundo foram propostas de Satanás a Jesus naquele monte alto. Jesus, porém, recusou a adorar Satanás e respondeu: Adore o Senhor, seu Deus, e sirva somente a ele.
Hoje, muito mais que no tempo em que Jesus peregrinou por aqui, a fama, o sucesso, o status, o dinheiro e as posses são louvadas no Reino dos homens, e porque não dizer, no reino de Satanás.
Por dinheiro faz-se qualquer coisa. Expõe a nudez, mentem, invertem a justiça, vendem a liberdade e deseja-se likes, seguidores, plateia e fã clubes. Corre-se atrás do vento.
Há pessoas que pagam muito para ver um ser humano como ele, mas que veste roupas caras, moram em palácios e tem um padrão de vida invejável. Há pessoas que espezinham quem estiver na frente para beijar os pés de alguém com sapatos que valem muitos salários mínimos, que ostentam ser celebridades à custa de milhares que desejam sua posição…
Eles possuem os Reinos desse mundo. Possuem glórias, riquezas e status. Adoram Mamon e são alimentados pelo fel dos banquetes nos camarins da solidão e insegurança.
João Batista
João Batista andava no deserto e suas roupas eram tecidas com pelos de camelo. Ele usava um cinto de couro e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre, conforme Mateus 3.1-4.
Era a voz que clama a no deserto. Ele não aparecia nas sinagogas, nem nas feiras onde as pessoas se aglomeravam, mas andava pelo deserto e, ali ajuntava-se pessoas que por ele eram batizados.
João clamava pelo arrependimento. João apontava para Jesus: “aquele que não sou digno de carregar as sandálias” (Mt. 4.11).
João falava a verdade, e não o que agradava as pessoas. João Batista era a personificação da profecia de Isaías 40.3: aquele que preparava o caminho do Senhor.
Mais a frente, Jesus falando sobre João diz: quem vocês foram ver no deserto? O deserto é pálido, constante, sem árvores, sem sombras, sem movimento, mas João ali no deserto reunia gente que buscava por algo novo, por confissão de pecados, por um relacionamento com Deus.
João era simples. Não buscou glória para si mesmo, tinha muito pouco, mas o suficiente para sua sobrevivência. Praticava solitude e desprezava os prazeres e status mundano.
João foi citado por Jesus, que também o procurou para ser batizado. Jesus conhecia João, não apenas por ser um primo, mas por ser um anunciador do Reino de Deus.
João Batista passou pelo mundo sem ser engolido pelas tentações de Satanás. João Batista teve sua cabeça numa bandeja para agradar a amante de Herodes, mas João não retrocedeu, não mudou sua mensagem e realizou o que a Profecia disse que realizaria: ser um precursor do Messias.
O reino
A lógica do Reino não reúne consumismo, não significa banquetes e não está em palácios. O Reino é anunciado em lugares inóspitos, sem luxo, sem marcas, sem status…
O Reino de Deus não pactua com Mamon, nem com Barrabás. O Reino marca pessoas, vidas e restaura quem estiver pronto a se confessar, a se arrepender e a ter uma nova vida.
“Os cegos veem, os aleijados andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e as boas novas são anunciadas aos pobres” LC 7.22