Vivemos uma era em que se combate o preconceito. Existem movimentos para apoiar todas as minorias na sociedade. Esses movimentos trabalham para criar leis que os defendam, e que traga um pouco de equidade aos menos favorecidos ou àqueles que sofrem com o preconceito. Acredito que isto tem o seu valor, visto que práticas criminosas ainda se notam contra as mulheres, os afrodescendentes, os homossexuais, os idosos, e etc.
Mas, entendo que precisamos, como cristãos, separar algumas coisas, especialmente, o pecador do pecado. Pecadores todos nós somos, no entanto, conflitamos com os outros cujos pecados são diferentes dos nossos. O nosso pecado, para nós, é aceito. E, alguns casos, pode ser a própria intolerância étnica ou de outra forma, em nome de uma santidade burra e hipócrita.
Por outro lado, há os que defendem todos e tudo em nome da justiça, ou do que seria uma equidade. Nesse caso o pecado do outro acaba por fazer parte aceitavelmente do nosso discurso, em nome da aceitação do pecador.
Precisamos saber e entender de que lado estamos. O lado mais adequado seria o lado de Jesus.
É fato que Jesus ama as pessoas. Deixou o exemplo de amor com as minorias e confrontava a hipocrisia e a justiça própria dos detentores do poder da época. Os seus discursos eram sempre de acolhimento como “Vinde a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei”, ensinou que devemos perdoar sempre e contou a Parábola do filho perdido para mostrar que o Pai está sempre esperando de volta aquele que teve uma postura arrogante, presunçosa e ingrata.
Jesus é o nosso exemplo. Diante do povo e da mulher pega em adultério, abaixou-se e começou a escrever na areia e ali desarmou os furiosos dizendo: “quem não tem pecado que atire a primeira pedra”. Mas, ao olhar para a mulher disse: “Eu também não te condeno, vá e não peques mais”.
Aquele encontro entre a mulher e Jesus trouxe perdão, mas também a oportunidade da mudança de vida.
Às vezes, lidamos com pessoas que desejam que os defendamos em tudo de errado que praticam, mas que não estão dispostos a mudar o comportamento. Começam a dar uma lista de justificativas para continuar como estão, tais como: “Não sou o único”, “Fulano faz pior”, “Pelo menos não sou hipócrita”, “Sou assim, por causa da minha história de vida” e por aí vai. O encontro com o grande amor de Jesus deve gerar arrependimento, aquele entristecimento pelo pecado que praticamos (seja qual for) e um desejo muito grande de mudança. Arrepender é mudar de direção. É trilhar um outro caminho. Abandonar as velhas práticas. É ir e não repetir aquele pecado.
A nossa vida nunca mais será a mesma quando nos arrependermos. Não precisamos de uma unção nova para isso, nem de um vidro de óleo sobre a nossa cabeça, nem de sapatear e sair gritando. Precisamos de uma decisão que pode ser silenciosa, dolorida pelo rompimento com o pecado, e autêntica. O nosso querer precisará ser outro. Precisaremos despir do velho homem, da velha mulher e do velho jovem e rumar a uma nova vida com Cristo.
Os que andam com Cristo não são super-heróis, não são bons, não são perfeitos, mas eles não querem voltar atrás. O amor de Cristo nos constrange e nos leva a viver uma vida de acordo com Sua vontade.
A Igreja relevante não será aquela criada para gays e lésbicas, ou para negros, ou para mulheres, ou para pró-abortos, mas será aquela que possui Jesus e que tenha uma comunidade de maltrapilhos que sabem que carecem do amor de Deus, mas que não desejam viver na prática do pecado.
Jesus nos ama como somos, mas a sua presença e o seu grande amor é capaz de nos fazer envergonhar do pecado e desejar ser morada do Espírito Santo. Começamos a trilhar noutra direção, abrindo mão, dia após dia dos enganos e do conformismo da prática do pecado.