Jeremias e o nosso tempo: Exílio e pandemia
Jeremias é um fabuloso profeta. Mas, ele não profetizava as coisas que o povo queria ouvir. Ele falava a verdade. Jeremias sofreu como profeta, porque as pessoas tinham raiva dele, especialmente os profetas das “bênçãos” e a liderança do povo.
“Uma coisa espantosa e horrível acontece nesta terra: Os profetas profetizam mentiras, os sacerdotes governam por sua própria autoridade, e o meu povo gosta dessas coisas”.
Jeremias 5. 10,11.
“Vocês confiam em palavras enganosas e inúteis”.
Jeremias 7.8
Israel havia se corrompido e agora chegara o tempo em que seriam levados cativos para outra nação. Apesar das investidas dos inimigos e dos avisos de Jeremias, os profetas continuavam dizer que tudo acabaria bem e que Jeremias estava errado.
É bom ouvir coisas boas! É bom ouvir os profetas das bênçãos! É bom acreditar que a desgraça vai acabar e que tudo vai ficar bem! Mas, nem sempre isso é verdade!
Os pecados de Israel haviam levado a desgraça ao povo. Vejamos quais eram:
- O povo continuava a praticar a idolatria, tinham muitos deuses e não confiavam no Senhor! (cap. 10; cap. 5)
- Violência, destruição – a produção da maldade (Jer. 6.7)
- Corrupção e injustiça (cap. 5)
- Falsidade e hipocrisia religiosa ((cap. 7)
- Sacrifício de filhos (7.31)
- Orgulho de suas posses e conquistas (13.20,21)
- Falta de arrependimento (8.6)
Seria muito bom se não estivéssemos como Israel. Seria muito bom se a nossa nação não praticasse essas mesmas coisas, pecados que o Senhor abomina. O Senhor é misericordioso, mas é justo e Santo e não nos deixará impunes.
1. Idolatria
O Brasil é um dos países mais idólatras do mundo. Tem santo para todos os dias do ano. Adora a “Rainha dos Céus” (Jer. 7.18) e como se não bastasse, adora personagens públicas (políticos, atores, pastores, influencers, etc). É bom lembrar que Deus não divide a glória dele com nenhum outro (Is. 42.8), e são muitas as maldições em decorrência da idolatria.
2. A produção da maldade
Temos um dos mais altos índices de violência: assassinatos, sequestros, abortos, estupros, crueldade com os mais frágeis e com os animais. A Bíblia toda, em especial os profetas menores apontam para o desagrado de Deus para com as pessoas violentas. Nínive era assim e Deus decidiu destruir caso não se arrependesse.
3. Corrupção e injustiça
Vivemos em um país assolado pela corrupção: subornos, desvios de verbas,
enriquecimento ilícito, etc. O “jeitinho brasileiro” nada mais é do que a corrupção instalada no ser humano que faz de tudo para se dar bem, para tirar proveito de todas as situações. É comum vermos muitas pessoas criticarem os políticos, mas são poucas que, devidas proporções, não fazem igual: trapaceiam no trabalho, mentem ao telefone, cortam filas, e desobedecem aos sinais do trânsito, etc.
A Constituição Federal é uma das maiores conquistas do povo brasileiro, é considerada a Constituição cidadã, mas há tantos desvios na Lei e nos códigos legais, tantas interpretações que dificultam sua aplicação. Há muitas pessoas ricas que não pagam por seus crimes, e há tantos pobres que pagam por crimes que sequer cometeram… Onde o dinheiro vale mais do que a própria lei.
4. Falsidade e hipocrisia religiosa
No cap. 12, versículo 2, Jeremias diz a Deus: “Tu estás sempre perto dos seus lábios, mas longe dos seus corações”. Acredito que os habitantes de Jerusalém eram como muitas pessoas que conhecemos – falam muito de Deus, dão discursos e mais discursos – mas, são esvaziadas, não amam a Deus e a sua Palavra. São pessoas que são assíduas nos compromissos da Igreja, mas não testemunham o cristianismo. Em nada diferenciam dos demais – suas atitudes não condizem com o que falam!
Estamos cheios de falsos e hipócritas religiosos! Pessoas que criam rituais e acreditam que Deus está ali, quando de fato não compartilham internamente com os princípios de Deus. Alguns ainda dizem serem pastores, mas usam desse ofício para ultrajar as ovelhas, violentam e exploram em nome da “unção está sobre eles”.
5. Sacrifícios de filhos
Grande quantidade de filhos são sacrificados na internet, na ausência dos pais, na negligência e na violência doméstica. Perde-se os filhos nas drogas, na imoralidade sexual e nas fábulas profanas! Perde-se os filhos dentro de casa! Em nome da fé, coloca-se os filhos em risco, coloca-se pessoas desconhecidas dentro de casa, estabelece-se um distanciamento do coração dos filhos!
6. Orgulho de suas posses e conquistas
Essa é a sociedade do “selfie”, mostramos nossa beleza, nosso carro, nossa casa, nosso “amor”, nossos títulos! Nos orgulhamos de nossas conquistas fúteis e passageiras! Esquecemos de que sem Deus nada somos e nada podemos fazer! Esquecemos ainda que a nossa vida é relva!
7. Falta de arrependimento
Aí talvez está o principal problema. Não há arrependimento, não há sequer
entendimento de que há pecados, e que devemos nos arrepender de cada um deles! O arrependimento é o ato de conscientizarmos sobre o pecado (individual e coletivo), e pedir perdão a Deus e mudar o rumo, alterar o caminho e formar uma rota que agrade a Deus. É muito difícil encontrar alguém que diga: Eu errei! O que encontramos é uma série de justificativas sobre os erros, como se não tivesse culpa. O arrependimento é assumir a culpa e mudar o curso.
Nesse tempo de pandemia, tenho visto muito orgulho, muito ativismo religioso e muitas palavras positivas! Precisamos nos arrepender! Precisamos compreender os nossos pecados e pedir perdão a Deus. Ele é o único que pode mudar a nossa história de luta contra um desconhecido e invisível, porém destruidor da saúde, da comunhão, da liberdade e da economia individual e mundial!
Precisamos nos converter e mudar a nossa conduta! Deus tem nos chamado para isso! Ainda há tempo de nos arrepender de nossos maus caminhos, e fazer as coisas de um modo diferente!
Ouçamos o profeta Jeremias nesse tempo:
“corrijam a sua conduta e as suas ações”.
Jeremias 7.3
Lidia Loback
Texto escrito em 30/04/2020
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