Há dias e dias.
Há dias que não começamos bem. Ou que não terminamos bem. Há meses cansativos, enfadonhos e tristes. Há anos rotineiros, estressantes ou cheios de altos e baixos.
Há dias, meses e anos como a vida e suas fases.
Há dores que não terminam. Dores sem causa, sem explicação. Dores para as quais não há remédio ou tratamento.
Há dias, meses e anos que ficamos estarrecidos não conseguindo acompanhar as mudanças que com eles vêm. Parece que somos uma peça fora da engrenagem descontrolada de uma carruagem que levam nossos sonhos, pertences e expectativas.
Visualizamos nossas coisas soltas, desencaixadas e prestes a se perder, descobrimos que não controlamos nem nossas emoções. Lançamos tudo o que temos na tentativa de proteger algo. Nos afligimos, choramos, sofremos.
Deveríamos viver o mal de cada dia, sem nos preocupar com o amanhã e sem retomar as dores do passado, mas não é bem assim que fazemos. Misturamos frustrações antigas e o futuro incerto no compasso do dia de hoje, e sentimos tudo desmoronar ao nosso redor.
Como o cego à beira do caminho, só enxergamos nossa cegueira e escuridão. Ouvimos passos dos que caminham, o canto dos pássaros, mas não sabemos se é dia ou se é noite. Cada passo que damos é permeado de dúvida, medo e insegurança.
No entanto, podemos perder até a esperança de ver e entender, mas não podemos perder a oportunidade de encontrarmos com Jesus.
Aquele que ordena ao vento e à tempestade, pode nos fazer voltar a enxergar, sonhar e retomar nossa bagagem.
Aquele que fala com pecadores, ressuscita o filho da viúva, aumenta a alegria da festa de casamento é capaz de nos ouvir no meio da multidão dos incomodados com o nosso grito e estardalhaço atrás do Mestre.
Clamar por Jesus pode ser a última tentativa, mas é a melhor. Tirar o último fôlego de vida para clamar por Jesus para que de nós tenha misericórdia, pode trazer-nos de volta à vida. Tirar o pouco ar do sistema respiratório que está afetado pela depressão ou síndrome do pânico para chamar o nome de Jesus pode trazer de volta aquele que soprou nas narinas do primeiro homem o fôlego de vida.
Podemos ter ao longo do tempo nos calado frente à pessoas e a situações conflitantes ou depreciativas, mas perante Jesus podemos falar claramante, sem medo, sem rodeios sem justificativas, pois Ele conhece o nosso interior.
E, assim, com a cura que Ele traz vem a alegria, as cores, a beleza. Não só ouvimos as canções dos pássaros mas os enxergamos. A escuridão dá lugar à luz e à clareza.
Como Davi, no Salmo 30. 11 e 12 cantamos:
“Tu mudaste o meu choro em dança alegre, afastaste de mim a tristeza e me cercaste de alegria. Por isso, não ficarei calado, mas cantarei louvores a ti. Ó Senhor, tu és o meu Deus; eu te darei graças para sempre”.