Deus tem sido muito exigente: responda para Ele com sinceridade

“Meu povo, o que fiz contra você? Fui muito exigente? Responda-me” Miqueias 6.3.

Deus criou o homem e a mulher, mas não os abandonou na terra. Não criou um reality show. Deus quis se relacionar com eles. Fez uma aliança e dirigiu a história da humanidade.

No entanto, o homem e a mulher falharam. Se desviaram e desobedeceram suas ordens. Mesmo assim, Deus sempre levantava alguém para ser seu amigo. Foi assim com Abraão, foi assim com Jacó e foi assim com Moisés. Homens que passaram por um processo de transformação e se comunicavam com Deus. Deus estabeleceu um projeto de vida com eles, um projeto de amor com os homens e com as mulheres. Deus quis que eles estivessem perto Dele. Mas, não foi assim.

Dentro dessa história do amor de Deus e do seu projeto de humanidade, houve muitos que O abandonaram, que seguiram outros deuses e que deixaram se levar pelos maus desejos do coração, perpetuando um status de violência, de maldade e de crueldade para com os mais frágeis.

Deus é exigente ou cuidadoso?

A partir do momento em que pergunta se foi muito exigente, Deus começa a lembrar-lhes da redenção, da libertação do Egito, da travessia do mar vermelho, e de tantos livramentos e cuidados do Senhor enquanto estavam peregrinando e termina dizendo: reconheça que os atos do Senhor são justos!

Na nossa vida não é diferente. Podemos dizer que em alguns momentos pensamos que Deus é muito exigente, que não sabe que somos pó e que não conhece nossa fragilidade. Temos dificuldades, assim como o povo de Israel, de reconhecer o quanto Deus tem sido bom para conosco, o quanto ele tem sido justo e fiel em todo o tempo.

Laryssa com um ano comendoQuando minha filha tinha apenas 3 anos, ofereci-lhe um yogurte e ela pediu que eu lhe desse na boca para que ela não sujasse a roupa. Fiquei indignada comigo mesma pois estaria sendo muito exigente com uma criança de apenas 3 anos. Rapidamente coloquei o pote em sua mão e disse: pode sujar a roupinha, porque depois a mamãe lava! A justificativa que ela me deu acendeu uma luz em mim, de que estaria sendo extremamente exigente e impaciente no processo educativo da mesma.

Deus, constantemente, precisa nos limpar. À medida que vamos crescendo, vamos aprendendo a sujar menos a roupa, mas ainda sujamos. Escorregamos, caímos na lama, e precisamos de que Ele nos limpe novamente, lave as nossas vestes e nos deixe “impecáveis”. E Ele sempre tem muita paciência conosco. Diferentemente da mãe que eu estava me tornando, ele deseja que nos alimentemos e, caso, sujemos a roupa, possamos ser limpos, a fim de que o treinamento nos torne melhores a cada dia, até que possamos nos servir sem sujar a nossa roupa.

É importante notar que Ele não exige o que não podemos lhe oferecer. Pois, além de colocar as suas ordenanças, ele está conosco de dia e de noite para nos ajudar a cumpri-las. E, caso desviemos do caminho, ao arrependermos, poderá nos trazer de volta, para que possamos lhe seguir novamente.

Salmos 19.7-11 diz:

A lei do Senhor é perfeita, e revigora a alma. Os testemunhos do Senhor são dignos de confiança, e tornam sábios os inexperientes. Os preceitos do Senhor são justos, e dão alegria ao coração. Os mandamentos do Senhor são límpidos, e trazem luz aos olhos. O temor do Senhor é puro, e dura para sempre. As ordenanças do Senhor são verdadeiras, são todas elas justas. São mais desejáveis do que o ouro, do que muito ouro puro; são mais doces do que o mel, do que as gotas do favo. Por elas o teu servo é advertido; há grande recompensa em obedecer-lhes.

Interessante que o Salmista Davi faz uma defesa das leis do Senhor, dos seus decretos, dos seus ensinamentos e mandamentos. O cumprimento de cada um deles nos traz alegria, sabedoria, luz, advertência… Nos torna melhores.

3 coisas que Deus espera de nós:

Ainda em Miquéias, no capítulo 6, o profeta coloca que Deus não exige de nós sacrifícios de bezerros, de oferecimento de filho pelo pecado, e nem de morte de carneiros ou na entrega de rios de azeite. O que Deus quer de nós compreende em prática da justiça, amor à fidelidade e um andar humilde com o nosso Deus. Talvez, essas 3 práticas sejam mais difíceis de cumprir, vejamos:

  1. Prática da justiça.

No cap. 2, ele coloca que serão castigados os que tramam o mal em suas camas, os que cobiçam posses e se apoderam delas e os que fazem violência ao homem e suas famílias.

Nesse sentido, a injustiça estaria ligada ao enriquecimento ilícito, ao roubo, à corrupção e a violência, para alimentar a sua própria cobiça e arrogância (tenho um artigo falando mais sobre honestidade). Praticar a justiça, seria se livrar de tudo isso: Não cobiçar e não se apropriar de algo indevidamente.

  1. Amor à fidelidade.

No cap. 1, o profeta fala sobre a idolatria. As cidades tinham erguido altares idólatras, imagens esculpidas e tinham se esquecido de Deus.

Naturalmente, hoje podemos ter formados outros altares de idolatria, quando erguemos o próprio homem acima do que realmente é, o reverenciamos mais alto do que a Deus. O amor à fidelidade é não negociar nossa fé e nosso relacionamento com Deus com mais ninguém, nem a nosso ego, e nossa ambição. Em outro artigo interessante, há uma reflexão sobre a fidelidade de Nabote.

  1. Andar humilde.

Capitulo 3, a partir do versículo 9, o profeta se levanta contra os chefes e governantes que detestam a justiça, pervertem o que e justo, que constroem Sião com derramamento de sangue, aos líderes que julgam sob suborno, aos sacerdotes que ensinam visando lucro e aos profetas que adivinham em troca de prata… Apesar de fazerem tudo isso, se apoiam no Senhor dizendo: o Senhor está no meio de nós!

A humildade exige que reconheçamos o pecado que em nós habita. Em uma pequeno texto aqui no blog, vemos uma reflexão sobre a coragem para humildade. A humildade exige reconhecer que não podemos nada sem Deus, que Deus está olhando os nossos atos e observando a intenção do nosso coração.

Conclusão

Ainda hoje, posso afirmar que poucos reconhecem que precisam praticar a justiça, continuar fiéis e andar humildemente diante de Deus. É mais fácil acreditar que podemos continuar sujando as roupas, crescemos e não aprendemos a realizar o cotidiano sem nos tornar impuros. Acostumamos com manchas e nódoas e, sempre dizemos: O Senhor está conosco e nenhuma desgraça nos acontecerá! (cp. 3.11b).

Amor exigenteHoje precisamos ser melhores do que ontem, e amanhã precisamos compreender mais do que hoje. O caminhar cristão é um andar diário, na humildade, reconhecendo que por nós mesmos somos fracos e frágeis, mas com o desejo de reconhecer os mandamentos do Senhor e a eles obedecer.

Quero terminar esta meditação com o final do Capitulo 19 de Salmos:

Quem pode discernir os próprios erros?
Absolve-me dos que desconheço! Também guarda o teu servo dos pecados intencionais; que eles não me dominem! Então serei íntegro, inocente de grande transgressão.

Que as palavras da minha boa e a meditação do meu coração sejam agradáveis a ti, Senhor, minha Rocha e meu Resgatador!

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