Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração…
Salmos 90
O Salmo de número 90 foi escrito por Moisés que nesse Salmo reflete sobre a vulnerabilidade do homem e a Eternidade de Deus.
Moisés foi chamado para uma missão quase impossível: conduzir milhares de pessoas para a Terra Prometida. Antes mesmo de começar a peregrinação confrontou Faraó, em cuja casa havia crescido. Sim, Moisés cresceu na casa de Faraó, mas não deixou Faraó crescer dentro dele. Sua origem corria no seu sangue, e ele nunca negou de onde veio. Tirado das águas pela filha de Faraó, foi amamentado por sua mãe biológica, e o palácio não lhe deslumbrou.
Moisés abriu águas, queimou os pés na areia do deserto, clamou 40 anos por um povo que nunca estava satisfeito e com a palavra de Deus de que destruiria o povo, Moisés foi audacioso para responder que, se isso acontecesse, poderia o seu nome ser riscado do livro da vida. Moisés se cansou, e nunca teve férias. Moisés gastou sua vida com um povo reclamão e difícil de agradar. Ainda no Salmo 90, ele pede que Deus renove a benignidade para que ele pudesse estar alegre o dia todo. Reforçando que, sem o amor do Senhor diariamente em sua vida, seus dias seriam sofridos e tristes. E, ao final, pede para que Deus confirme as obras de suas mãos, ressaltando a dependência de Deus nos seus atos e afazeres do dia a dia.
Cada um de nós temos um propósito, que não é grande como o de Moisés, mas que, às vezes, se torna gigante diante de nossas pequenas forças. Somos consumidos pela tristeza, ficamos esgotados com problemas que parecem não acabar mais. É uma série de reclamações, pedras, areias e mares que precisam ser abertos para que deixemos o Egito para trás. São cobras venenosas que nos ameaçam a vida, são gigantes e exércitos do inimigo que vêm para nos abater. Os desafios são diários e a tentação de voltar a morrer no Egito, onde os túmulos reais ornamentados com os corpos embalsamados, é grande. Sim, preferimos morrer no Egito a sobreviver ao calor, a sede e ao desejo de comer alho e cebola (mesmo que temporariamente).
A terra prometida está à frente, mas o caminho é desafiador. Optamos pela inércia e falência dos sonhos, e provocamos a Deus que preparou uma terra onde mana leite e mel. Nossa vida é passageira, como disse Moisés, e é cansativa. Mas, as obras de nossas mãos, confirmadas pelo Senhor, vão se tornar eternas e farão a diferença ao povo. Estarão nos anais eternos. São atos de libertação e de novos rumos.
Que possamos ser como Moisés: resilientes, dependentes de Deus, compreender como a vida é passageira, e clamar pela alegria que precisamos, e esperar que as nossas obras, mesmo que ínfimas possam ser confirmados pelo Deus que nos chamou.
Lídia Loback (06.11.19)