Nos últimos dias passei por uma situação complicada com a cachorrinha da minha família. Ela é uma “senhora” que nunca teve problemas com carrapatos, mas nos últimos dias foi infestada por esses parasitas.
Além do remédio (via oral) e banho, precisei me dedicar a procurar pelos bichinhos que estavam grudados nela.
Havia machucados espalhados pelo corpo e alguns bichos davam muito trabalho para serem retirados. Eu usava uma pinça, e precisava segurar o animal firme para a limpeza necessária.
Depois de alguns dias, para minha surpresa, a cachorrinha corria de mim. Chegava a ser engraçado, eu a chamava e ela corria. Era então preciso pegá-la no colo e trazer para perto para dar continuidade no tratamento.
Ao final, percebi que ela está bem, não há mais machucados e os bichinhos intrusos foram embora.
Não foi difícil fazer uma comparação conosco, sendo ovelhas, diante do Pastor.

Vezes sem conta, somos acometidos por parasitas que se fixam em nós e sugam no nosso sangue, e estacionam no nosso organismo. Vão se proliferando e tirando de nós a saúde e a vitalidade. Temos feridas e em alguns lugares não nos é possível arrancá-los, e aí precisamos de ajuda.
No entanto, vamos nos acostumando com os parasitas e pestes do pecado. Eles nos ferem, mas agora fazem parte de nós. São companheiros inseparáveis e achamos que já não conseguimos viver sem eles.
Longe dos olhos do Pastor e na periferia do rebanho nossos pequenos pecados passam despercebidos. Nesses momentos, precisamos de um cuidado mais intensivo. Estar na mão do Pastor e sob seus cuidados é expor a situação. Aí mora o problema: não queremos que ninguém saiba ou veja os parasitas que se aglomeram em nós. Temos vergonha das feridas, e dói puxar o espinho, o ferrão ou o carrapato.
E, quando estamos longe do Pastor, é que Ele, com seu cajado nos traz de volta, nos coloca em seu colo, e passa a retirar o que nos causa dano! O remédio dói, expor dói, ser confrontado dói – mas também cura!
Jacó ao encontrar-se com Deus leva uma marca no próprio físico para o resto da vida. Parece contraditório, mas essa é a ferida que traz vida!
Oséias fala dessa dor que cura: ”Vinde e voltemos para o Senhor , porque ele nos despedaçou, mas haverá de nos curar; ele nos feriu, mas cuidará das feridas” (6:1)
Atualmente há muitas ovelhas que não querem o toque do Pastor, ou de quem é designado para proporcionar a oportunidade de uma vida de libertação. É certo que libertação nada mais é que deixar as coisas velhas para trás, e prosseguir em conhecer ao Senhor.
Enquanto lutamos para não sermos tratados deixamos acrescer os parasitas, as larvas e os espinhos. Acumulamos lixo e sujeira e ainda seguimos falando: “estou bem”, “paro quando eu quiser”, ou, quando tomados inteiramente pelo pecado dizemos “não consigo mais parar”.
As companhias que antes eram indesejadas, passam agora a ser companheiras e conselheiras. Levam-nos para longe do Aprisco, do Pastor, da Comunhão e da Reconciliação com Deus.
Que Deus tenha misericórdia de nós, e que possamos nos arrepender e correr para perto do Pastor! Quanto mais definhada e doente, mais perto do lobo. É bom nos lembrar sempre que a porta é estreita e que quem entra pela janela é o ladrão e salteador. Nós que pertencemos ao Rebanho de Jesus ouvimos a sua voz e seguimos os seus passos.